As pessoas conversam nas esquinas enquanto lavam as suas calçadas, e por mais alto e longe que se olhe não se vê nenhuma construção acima de 3 andares. Em seus devaneios Clarice pensa em como seria morar ali, conhecer a todos, ter um cachorro no quintal de casa, ter um quintal. Mas chega a conclusão de que não iria se adaptar, gosta dos prédios, do trânsito, da poluição, do fato de que ninguém a conheça, o lugar onde pode ser quem quiser a qualquer hora do dia.
Quem passa a olha como se fosse uma sardinha fora do cardume, a notam e dizem bom dia. Clarice estranha como é ser notada, a curiosidade se estampa na testa das pessoas, devem estar pensando "quem é essa forasteira isolada no quanto da praça". Se envergonham ao perceberem que Clarice os notou (será que já não estão acostumados a serem notados?), abaixam o olhar e seguem em seus passos lentos morro a cima.
A hora da mudança chegou, Clarice sonhou tanto em ingressar em uma faculdade federal que agora se sente estranha, perdeu seu norte. Em 1 semana suas malas chegam, a mudança se acaba e ela dirá