domingo, 7 de outubro de 2012

como pode alguém não lhe querer?

http://www.youtube.com/watch?v=WizgXUu8ZyI

               Clarisse não sentia nada, os dedos, a voz, o rim, que ainda respirava, o cérebro se ainda pensava. Mas principalmente o coração. A metros dali via Otávio dormir, pela ultima vez. Acabou-se tudo, foi-se como havia chegado.
               Escrever estava difícil  ora pelos dedos que tremiam, e pelas lagrimas que embaçava sua visão. A dor era forte, não tão forte quanto o amor que ainda havia ali, mas ardia. Mas tudo bem, talvez Otávio ficasse melhor sem sua mente perturbada e atrapalhada, algumas pessoas queriam aquilo, menos "encheção de saco ele teria".
           Clarisse apagava seu castelo, sonhos, e planos. Os planos. Ah, os planos, como a magoava ver todos eles se esvaindo pelo ralo. Doía  corroía pensar. Se perguntava porque ainda escrevia, ao invés de tomar um remédio para dormir e acordar em outra dimensão. Uma dimensão onde houvesse a Clarisse que Otávio merecia, uma Clarisse perfeita. Onde eles estivessem cozinhando com o cachorro a latir, tomando um vinho aproveitando que as crianças haviam ido dormir mais cedo.
            A saudade já havia batido. E a dor se espalhava pelo corpo. A cabeça pesava  e respirar parecia cada vez mais difícil  Meu amor, meu cúmplice.  Sinto muito se lhe magoei, você é a única pessoa em todo o mundo que eu não queria decepcionar. Já sinto a sua falta, e sei que essa vai se intensificar com o passar dos dias. Te desejo o melhor, alguém melhor, e que lhe sufoque de tanto amor.
          Espero que você tenha muitos domingos de chuva entediantes, e muitos de sol para se replanejar. Te desejo, eu, para quem sabe assim algum dia você me perdoe, e voltemos a fazer nossos planos tortos novamente. Mas te desejo muita felicidade, e alguém em quem confie e se entregue. Você merece uma pessoa assim... Vai continuar sendo meu eterno amor, meu primeiro amor... E sei que em outra dimensão, com a Clarisse perfeita estamos rolando na cama, rindo e nos amando.
Mais um ronco e um adeus, espero que me perdoe. Te amo, uns dias mais, outros menos... As vezes o detesto por suas manias insuportáveis. Mas te amo, para sempre.
Um ultimo adeus, e bons sonhos meu amor.





segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Passos largos ...

"O mundo é uma flor e é o espinho, viver é ser na multidão sozinho. Um passo para frente é outro abandonado, no mundo uma ilusão de cada lado".
http://letras.terra.com.br/pedro-morais/789109/
 
 Clarice vira de um lado para outro na cama, desiste de dormir e pega o livro de cabeceira, tenta ler mais não consegue se concentrar, a cada final de frase ela se pergunta o que havia lido no início desta, retorna ao começo, mas ao chegar ao final tudo se repetia. Finalmente desiste de ler.
     Está sempre desistindo, por mais que tente ela não resistia, abandonar tudo pela metade à parecia mais simples. Acreditava nos astros e usava isso para justificar sua falta de perseverança, "sou geminiana, é normal ter mil coisas na cabeça e não concretizar nenhuma delas", mas não era isso, Clarice tinha medo do fim, de dizer adeus, preferia fugir.
     Sentada na janela com seu fone no ouvido pensava em João, Luiz Otávio... Como havia deixado tudo para trás, e como isso mudou com a chegada de Otávio, não fugia dele, com ele não tinha medo do fim, talvez porque com ele tenha a certeza de que está no caminho certo, talvez porque ele lhe dê a confiança de que não haverá fim.
     Decidi, pula a janela e vaga pela rua vazia, coloca uma música animada para tocar, uma nova melódia para uma nova cidade, e a antiga promessa de vida nova. Sorri e pensa em algo que todos lhe dizem "no final tudo dá certo", ela não sabia se isso era verdade, nunca havia chegado ao final de nada na sua vida. Pensa em ir embora, trocar de curso. Pensa melhor, e decide ficar, tentar, lutar, se arriscar, pensar menos, agir mais.
     Diminui os passos, pois já corria, não sabia para onde estava indo, mas mesmo assim seguia em frente. A vida é assim, como caminhar durante a madrugada em uma cidade desconhecida. A vida é algo desconhecido, a cada esquina encontramos algo inimaginável, e queremos correr, hora por desespero, hora por medo. Mas devemos ir devagar, ver em quais esquinas virar, andar a passos lentos, olhar bem para as pedras em que vamos pisar, há não esperar grandes surpresas, mas esperar o melhor. Mais a vida é principalmente seguir em frente, apesar de tudo, pois afinal, andar sempre no mesmo rumo não teria a menor graça.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Se parece um mês...

     As horas não passam e Clarice olha repetitivas vezes ao relógio esperando a hora de ir. Deitar na sua cama, viver sua bagunça. Nem se lembrava da última vez que havia pisado em uma igreja, no sino tocando a cada hora, das crianças correndo pela praça e as pessoas andando a passos tão lentos em pleno centro. Eles olhavam para Clarice como se ela fosse uma estranha, olham para ela e a veem com o fone no ouvido, com o olhar desconfiado enquanto segura a bolsa e corre desesperadamente para resolver tudo ainda à tempo de pegar o próximo ônibus.
     As pessoas conversam nas esquinas enquanto lavam as suas calçadas, e por mais alto e longe que se olhe não se vê nenhuma construção acima de 3 andares. Em seus devaneios Clarice pensa em como seria morar ali, conhecer a todos, ter um cachorro no quintal de casa, ter um quintal. Mas chega a conclusão de que não iria se adaptar, gosta dos prédios, do trânsito, da poluição, do fato de que ninguém  a conheça, o lugar onde pode ser quem quiser a qualquer hora do dia.
     Quem passa a olha como se fosse uma sardinha fora do cardume, a notam e dizem bom dia. Clarice estranha como é ser notada, a curiosidade se estampa na testa das pessoas, devem estar pensando "quem é essa forasteira isolada no quanto da praça". Se envergonham ao perceberem que Clarice os notou (será que já não estão acostumados a serem notados?), abaixam o olhar e seguem em seus passos lentos morro a cima.
     A hora da mudança chegou, Clarice sonhou tanto em ingressar em uma faculdade federal que agora se sente estranha, perdeu seu norte. Em 1 semana suas malas chegam, a mudança se acaba e ela dirá adeus, melhor até breve. Já se acostuma com os carros lentos, os passos ainda mais lentos, os "bons dias" pela manhã, o barulho da vassoura ao varrerem as calçadas, se acostuma, mais não pertence a esse cardume.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Para minha leitora mais fiel, um grande abraço

" Uma leitora do meu blog certo tempo atrás traçou o meu perfil, bom... Fiquei meio assustada, mais ela realmente entendeu quem sou eu através dos meus textos, nada além disso. Esse é o meu perfil. Nádia, muito obrigada pelo carinho, e espero que ainda leia o blog. Carinhosamente, Anna Cordeiro


Palavra que define você: Versatilidade.
Seu verbo: Eu penso.
Você representa: A juventude do zodíaco.
Uma caracteristica: Trabalha as idéias.
O que menos suporta: A monotonia.
Sua mente: É ágil e inquieta.
Sua família: Sua estabilidade e ordem.
Sua imaginação se caracteriza por: Centraliza-se na harmonia e beleza.
No amor: Procura apoio e estímulo.
Seu maior defeito: A inconstância.
Sua maior virtude: Verdadeiro.
Seu sonho secreto: Viajar e explorar o conhecimento.
Arma secreta para seduzir: A mente. 
Sua sexualidade: Está cheia de inibições e segredos.
O que você ostenta: Inteligência.
O que falta em você: Constância.
Sua filosofia: Aprender cada vez mais. .
As viagens: Repentinas e variadas. 
Os amigos significam: Lealdade.
Medo oculto: Ficar estagnado.
O que não deixa você avançar: Não possuir um rumo determinado

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Perene...

                         http://www.youtube.com/watch?v=yhxD6jSsVrM

        Clarice põe seu fone no ouvido e coloca sua música favorita da semana para tocar, e corre, só se concentra em seus pés encostando na areia, no cheiro do mar, que a embriaga. Está feliz, está exatamente onde deveria está.
        Finalmente achou seu lugar, e não quer se mudar, não quer ir embora dali. Clarice agora corre mais devagar, não só naquele momento, na vida também. Cansou de ser aquela menina inconsequente, isso é tão passageiro, e juvenil, tão 2007. Pensa, aprendeu a pensar, repensar, pensar novamente..Segue um cronograma, e está dando certo, lógico que ainda liga quando tem vontade, ainda chora nas noites com músicas e vinhos, mais isso está no cronograma, isso faz parte de Clarice.
        Não mente mais, não, claro que mente, mais evita. A mentira é apenas vaidade, e essa vaidade ela nao quer mais. 2012 mal começou, mais trouxe muitas esperanças a Clarice, a família anda bem, o trabalho nunca esteve melhor, a universidade se encaixando, Clarice decidiu fazer o que quer, e teve esse apoio, e agora, ela desenha... E o coração? AHH, esse nunca bateu tanto, nunca pulsou tanto.
        Otávio, esse nome sempre fazia com que ela desse um sorriso envergonhado. Clarice está tão apaixonada... Otávio apareceu quando ela mais precisava, a ajudou a ser mais sincera, a beber menos, a parar de fumar, a ser mais calma, ele a refez, fez com que ela voltasse a ser uma pessoa que ela havia guardado no armário. Otávio era toda maturidade que faltava na vida dela, sem joguinhos, sem mensagens para fazer ciúmes, uma história mais limpa, era isso que faltava...
        Clarice se esqueceu dos momentos ruins, ainda é azeda, mas a doçura está presente em todos os dias, ainda odeia, odeia seu cabelo ao acorda, a ironia de Otávio, mais apenas coisas assim, nada que a corroa . Clarice ama, e como ama, de uma forma simples e sincera, ela se simplificou, foi apenas isso que mudou... "a vida é simples, nós ficamos enfeitando ela".
        Clarice se cansa, e senta ali mesmo na areia, de frente para o mar, fecha os olhos e respira fundo, só se concentra na sua respiração. Pega o telefone, e liga para Otávio, afinal, ainda se liga quando se sente saudade.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Abarcar ...



"Eu fui sincero como não se pode ser, e um erro assim, tão vulgar, nos persegue a noite inteira e quando acaba a bebedeira ele consegue nos achar. Num bar, com um vinho barato, um cigarro no cinzeiro e uma cara embriagada no espelho do banheiro"


       Clarice está entre amigos, mas prefere não dizer nada, caminha entre seus pensamentos. Sua mente é tão confusa quanto o labirinto de creta, e ela se perde mais uma vez... Mal respira, ela não se encontra mais ali, foi-se embora com sua dúvidas e angústias.
       Ao ver o seu olhar tão distante um amigo preocupado pergunta:
           - Clarice, está tudo bem?
       Ela abre um de seus sorrisos - nem sabe de onde vem a força para sorrir - e diz:
           - Claro, tudo ótimo!
      Clarice toma mais um gole de seu drink, e no fundo se pergunta "porque não disse a Otávio o que estava acontecendo? Porque finalmente não despi a minha armadura e confiei isso há alguém?", mas não. Clarice não nasceu para confiar, se fechar em seu mundo é a sua forma de não se apegar à aqueles que sempre se vão. Não falar, não era mais questão de orgulho, era sua forma de sobrevivência.

      Voltava novamente a utopia de sua vida, brincava, ria, conversava com os que se encontravam ali, mas na verdade gostaria de se trancar no banheiro e chorar todas as mágoas que a corroía por dentro. Clarice está com 20 anos, mais age como se tivesse 13, possui tanto medo das pessoas, tanta insegurança a respeito do futuro que prefere não pensar. Pega mais uma bebida, Otávio lhe sorrir, e ela retribui com um sorriso amarelado, e vai pra pista, dança como se não houvesse amanhã, ali seus pensamentos não incomodava, era como se fosse só ela e a música.
      A festa acaba, o dia amanhece e Clarice pensa em como as manhãs estão cada vez mais mais belas, e sorri, dessa vez de verdade. Otávio retribui esse sorriso e a abraça, um abraço apertado, caloroso que ela não recebia a muito tempo, e ela precisava daquele carinho. Se despede dos amigos, mas não queria ir embora, Otávio se oferece para leva-la até em casa, mais Clarice entra no carro como se estivesse deixando uma visão de vida nova para trás, mesmo sabendo que aquele encontro se repetiria dias depois. Ela não queria mesmo era ficar só, ela já sente saudade.
      Otávio finalmente a beija, um beijo de vontade, de desespero, como se aquele momento fosse fugir e realmente foge, corre, desaparece em seus pensamentos. Clarice rir, fica feliz, como se aquela noite fosse perfeita, como se todas fossem. Passa horas conversando com Otávio na porta de casa, mais chega um momento que ela ver que é hora de subir, se despede e sai, nem olha para trás, prefere assim. Quando a porta do elevador se fecha, ela se sente realmente só, fechada no cubículo que é a sua vida.
       Clarice se tranca em seu quarto e coloca um dos seus discos favoritos de blues para tocar, e escreve compulsivamente, com uma taça de vinho e um cigarro entre os dedos. Sozinha, sua cabeça se cerca de se, se, se, se, e ela promete não pensar, não planejar o futuro mais uma vez. Jura e promete, mas há muitas promessas que nascem para não serem compridas. O sono chega e Clarice dorme, como se aqueles pensamentos não estivessem ali, está finalmente só, com um sorriso leve e com o coração tranquilo. Tudo está bem, Clarice apenas escuta suas músicas durante um sono leve, e pensa que amanhã será outro dia, ainda mais belo, e assim se espera...
      
Ouvindo:




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

VAI ...

           Bom mesmo é estar apaixonado, gostaria que esse sentimento fizesse parte de mim todos os dias. A paixão renova a alma, alegra os dias, canta os sorrisos, respira os suspiros.
           Quando se está apaixonado a cidade fica mais bonita, as pessoas mais simpáticas. A paixão faz com que você acorde com um sorriso bobo no rosto, e com ele supere o sono pela espera de um telefonema, pela vontade de ouvir poucas palavras da pessoa que movimenta seu dia, ou por apenas um "boa noite".
          Pode parecer carência, mas nesse momento Clarice consegue apenas contar as horas para ver o transcender do dia para a noite, para olhar a lua e se sentir em paz. Clarice percebeu que finalmente sabe o que quer da sua vida, das suas prioridades. Ela está com força suficiente para lutar pelo seus ideias, vencer o seu medo da solidão, lutar dia-a-pós-dia para conquistar sua liberdade, para ser feliz.
          Nesse momento aquela antiga menina assustada, cresceu, mudou, aprendeu. Decidiu abrir seu coração para a vida, prefere sofrer por amor, do que sofrer por medo de sofrer. Se o poetinha estivesse aqui agora, em uma das mãos estaria um copo, com uma boa dose de uísque, e com a outra batucaria a mesa e Vinícius apenas cantaria "Vai, vai, vai... amar/  vai, vai, vai... chorar/ vai, vai, vai... sofrer/ mais vai... de coração aberto"

domingo, 7 de agosto de 2011

é sempre assim.

Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafunéabraço apertado,mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.
Caio F.

terça-feira, 5 de julho de 2011

é horrível quando você não consegue alcançar aquilo que almeja, e decepciona a pessoa que você mais admira. Nesse momento, não chorar se torna impossível